Eu detesto erros gramaticais. Tenho horror. E o pior de todos, para mim, é escrever “a gente” junto. Eu odeio quem escreve “a gente” junto. Aliás, a única coisa que eu odeio ainda mais do que “a gente” junto, é a gente separado.
Ah, o amor. A vontade que dá ao começar esse texto, é a de tentar descrever esse sentimento, mas sejamos sinceros: não tem nada mais clichê que tentar definir o amor (e no final, não conseguir). Mas é isso mesmo: o amor é a coisa mais clichê que inventaram. E ainda assim, consegue ser a melhor coisa do universo. Por isso que nos fascina tanto.
Que segredos, que forças encerram esse sentimento, que move o mundo? Melhor não tentar definir, pois definir uma coisa é limitá-la. E o amor não tem limites.
Assim sendo, esse é um post coletivo, feito a 6 mãos pelas autoras desse blog, sem o objetivo de definir o amor nem nada do tipo: mas para mostrar um pouquinho da nossa maneira achada e perdida de amar. A gente ama se emocionar, ama estar junto, ama sonhar com o amor sem perder o bom humor. Porque amor se perde, sim; mas também se acha.
E se, no lugar de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, o dicionário fosse obra de Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e outros mais?
Uma crônica, meio conto. Por Vera Romariz. Mãe da Achada Melina Romariz. Em cima de um ônibus, sacolejo. Caminho de João Pessoa, Paraíba.E o lado bom, inesperado, de a cinquentona professoravoltar a ser aluna, descobrindo lugares, fazeres, horizontes. Encantada. No ônibus, o motorista dizendo em monocórdica voz que estava à disposição de todos. Pequenas ilhas de pessoas, cada uma com seus assuntos silenciados. Eu no meio. Pensando no trabalho terminado. O prazer adolescente de aprender sem sobressaltos de prazos, reuniões, enxaquecas, patrões. Analisava em pensamento um conto de Rubem Fonseca,”O cobrador”. Sem me cobrar, sorrindo feliz, abestadamente.