Não existe ir a Paris sem ir a museus, por razões óbvias. Além de ser atividade curricular para turistas de qualquer tipo circulando pela Europa, Paris tem um acervo de museus no mínimo impressionante. Digo sem ter feito nenhum tipo de pesquisa, usando como material de estudo apenas as minhas próprias viagens. Mas desconfio que Paris deve ser a capital europeia com o maior número de museus relevantes. A lista é interminável: Louvre, Pompidou, D’Orsay (meu favorito), Picasso, Rodin, Cluny, La Villete, L’Orangerie e por ai vai.
E este post, diferente do que parece, não é para falar de nenhum deles. É pra falar que existe algo ainda melhor para os amantes da arte que estar dentro de um museu: estar dentro de uma tela. E não, não estou falando daqueles pseudo-artistas que querem desenhar o seu retrato a todo custo nas ruas de Montmartre.
Se você gosta do impressionismo e é fã de Monet, certamente já ouviu falar em Giverny. Se nunca ouviu, sempre é tempo de aprender: Giverny é uma cidadezinha na França, na região da Alta Normandia, pertinho de Paris. Monet se mudou para lá com mais ou menos 40 anos, para uma casinha cor de cosa com janelas verdes e um jardim lindo e enorme, com direito a lago e ponte japonesa. Ponte japonesa? Você disse ponte japonesa? Isso mesmo. A famosa ponte que vemos em dezenas de seus quadros, retratada por ele nas mais diferentes épocas do ano, nada mais era que a ponte do seu próprio jardim. Chato hein?
Melhor ainda é descobrir que todas as tintas de Monet permanecem em Giverny, vivas e intactas. Sua casa se transformou em museu que pode ser visitado (onde além dos móveis originais você encontra também um pouco da coleção de estampas japonesas do pintor), e o ponto alto da visita é obviamente o jardim.
A experiência de se sentir literalmente dentro de uma tela de Monet é algo tão difícil de explicar em palavras quanto a beleza de suas próprias telas. Naquele jardim, se anda olhando para o chão, com a sensação de que a qualquer minuto você pode pisar na assinatura dele.
Rosas, violetas, tulipas e mais uma infinidade de flores que eu não sei o nome estão lá, mais do que bem cuidadas. As ninféias (flores aquáticas lindas e muito retratadas por Monet) também continuam por lá, pousadas tranquilamente na mesma água onde o artista pousava o seu olhar. A ponte japonesa, as árvores, as choronas, tudo continua lá. Até mesmo o barquinho displicentemente parado na margem do lago (essa foi uma das cenas que mais me emocionou, juro que já vi um quadro dele onde o barco estava exatamente na mesma posição, com a mesma luz) continua lá. A arte, tal qual a vida, continua.
As famosas ninféias e as não menos lindas tulipas. Ambas fotografadas por mim em Giverny :)
Para os interessados em dar uma escapulida do roteiro de museus parisienses e conhecer Giverny, é possível ir e voltar no mesmo dia (50 minutos de viagem). Basta pegar um trem na estação Saint Lazare (comprar o trajeto Paris/Rouen) e descer em Vernon. Chegando lá, de cara você vai ver ônibus saindo para Giverny, que fica a apenas 7km.
Parece um pouco complicado, mas não é não. É bem fácil chegar. Já ir embora dos jardins... essa parte sim, é muito, muito difícil.
O artista em frente à sua casa.
Para saber preços, horários e dias de funcionamento:
http://www.fondation-monet.fr/fr/
Por Paula Martins
Por mais linda que seja a vista da Tour Eiffel, te garanto que não sei quando e se vou subir novamente. Por mais deslumbrante e imponente que seja Versailles, provavelmente demore algumas idas à França para voltar lá (talvez não tanto assim por causa do sorvete). Mas à casa cor de rosa, de cozinha azul e sala amarela pretendo fazer uma visita cada vez que for à Paris. Quem sabe em uma dessas idas não dou a sorte de estar com você?!
ResponderExcluirO que pode ser melhor que estar em Giverny, no jardim de Monet? Estar lá com Maricota, a amiga mais culta, a companhia mais divertida e a leitora que deixa os comentários mais inspiradores no nosso blog. Marcado: eu e vc, achadas e perdidas entre as flores de Giverny :)
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