21/02/2011

Sem cabimento.



Existe algo tão grandioso em mim que não cabe dentro de mim. Não cabe no meu corpo (que não é pequeno), nem na minha gargalhada que é ainda maior. Não cabe no meu coração (vá lá, às vezes ele anda meio apertado) nem na minha cabeça. 
Não cabe nos meus textos, nos meus versos nem num soneto porque jamais poderia caber em um alfabeto de apenas 23 letras. Não cabe no meu passado nem no meu futuro. Não cabe nas minhas lembranças, não cabe nas minhas viagens e nem na minha bagagem. Não cabe nos meus finais de semana. Não cabe nos meus dias úteis e nem nos inúteis. Não cabe na minha memória nem na do meu computador. Não cabe no sofá novo e grande da minha sala onde eu gosto de me esparramar nem no meu quarto onde vive meu universo paralelo. Aliás, não cabe mesmo no universo: nem no sistema solar, nem na via Láctea. Não cabe em contas bancárias, não cabe nas 24 horas de um dia, não cabe na vida de ninguém. Não cabe num estádio de futebol, não cabe no deserto do Saara, não cabe no fundo do oceano atlântico, não cabe na profundeza de um olhar.


Mas que resolveu caber (vá lá entender o porquê) justamente dentro dos seus braços.


Por Paula Martins

3 comentários:

  1. Brigada Ciu!! :)
    Camiletes, ainda melhor que amigas que se entendem sem palavras, são as que se entendem com suspiros. love u

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